terça-feira, 9 de julho de 2013

Crônica de Jurupema

A celebração da natividade de São João Batista ocorrida no último dia 24 de junho me levou à capela dedicada ao Santo para participar da missa em seu louvor.
A capela, localizada no distrito de Jurupema e vinculada à Paróquia de Santa Luzia, por si só representa um convite perfeito à meditação e à oração.
Ao chegar as Jurupema por volta das 19 horas, encontrei o largo da capela praticamente vazio. Isto me ajudou ainda mais a refletir sobre os mistérios que envolvem o Batista, uma vez que também ele e Jesus Cristo buscaram no deserto o refúgio para se fortalecerem na missão.
A João Batista coube a tarefa de anunciar o Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo, de pregar a conversão de vida e o batismo para purificação e salvação.
Este homem, que no ventre materno exultou pela vinda do salvador, aparece como o precursor do Cristo ao reafirmar não ser ele o Messias e nem de ser digno de desatar as sandálias do salvador.
Primos legítimos, João Batista e Jesus Cristo foram sinais visíveis da ação de Deus junto aos homens, transpondo as barreiras que apenas o divino pode explicar.
João, concebido na velhice de Isabel e Zacarias, e Jesus, nascido pela ação do Espírito Santo junto à Virgem Maria, que estava prometida em casamento a José.
Todos estes mistérios me permitiram, ao adentrar à capela, contemplar principalmente a sua imponente cúpula que, em forma de círculo, simboliza a perfeita integração humana e divina que João Batista soube tão bem cumprir em sua vida terrena.
Os belíssimos andores que iriam ser conduzidos durante a procissão me levaram a reviver as procissões de minha infância marcadas pela solenidade do silêncio da oração e da presença da banda musical na execução dos hinos religiosos tradicionais.
Assim observei que Jurupema manteve a tradição da religiosidade popular brasileira que coloca à frente o andor de São Benedito para abrir a procissão, seguido pelo andor do padroeiro pois, segundo a tradição, se ele não sair à frente da procissão, ocorre uma forte chuva que impede a realização da festa.
Após o levantamento do mastro e a fogueira acesa, a comunidade se reuniu no salão de festas para uma singela confraternização.
Voltei de Jurupema mais fortalecido ao rever amigos e parentes e principalmente meditar sobre a força daquele que fez de sua língua uma espada afiada que ainda continua a nos conclamar com sua voz clamando no deserto: preparai os caminhos do Senhor!

* Paulo César Cedran é Mestre em Sociologia, Doutor em Educação Escolar pela Unesp de Araraquara, Supervisor de Ensino da Diretoria de Ensino – Região de Taquaritinga, Docente do Centro Universitário Moura Lacerda de Jaboticabal e da Uniesp de Taquaritinga. 

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